sexta-feira, 29 de outubro de 2010

LÁPAROS / CUIDADOS


Ao nascer os coelhos (láparos) são incapazes de manter a temperatura necessária ao bom funcionamento do seu organismo.
Devido a isso durante os primeiros dias a temperatura do ninho deve oscilar entre 30 e 35 graus centígrados, temperatura essa que colabora para o bom estado da ninhada, protegendo a saúde e o desenvolvimento dos filhotes.
O ninho é um acessório indispensável e de vital importância para o desenvolvimento dos láparos em seus primeiros dias de vida, uma vez que ele cumpre o papel de primeira proteção. Ele deve ser limpo, seco e se necessário devemos trocar a palha, maravalha ou o material de que é formado.
Deve ser retirado ao redor dos 20 - 21 dias, um pouco antes da desmama.
No que diz respeito a mortalidade que ocorre durante a lactação, as causas são inúmeras e se manifestam devido a erros no manejo e forma de condução da exploração.
O abandono da ninhada pela coelha durante a amamentação pode ser em decorrência de falta de leite, sustos ou ainda os "calos nas patas", porém pode ser motivado pela falta de água e mudanças bruscas de temperatura, fatores estes que também devem ser levados em conta pelo criador.
A mortalidade que ocorre desde o nascimento até o desmame é um fator que merece atenção dos criadores. Um índice de mortalidade de 12 a 18% durante este período pode ser considerado normal (em um ano). Porém muitas vezes ocorre uma porcentagem maior de 25 a 30% e as vezes mais.
Os láparos mais pequenos de uma ninhada são os mais fracos e menos visíveis, mais fáceis de morrer e com menor desenvolvimento. As ninhadas maiores, se não forem acompanhadas e com manejo adequado, podem apresentar uma mortalidade elevada, muitas vezes sendo necesário a transferência de filhotes para outras coelhas lactantes.
Constatamos baixas taxas de mortalidade em ninhadas de 7 a 10 filhotes.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

A LENDA DO COELHO NA LUA.


Se olharmos para o céu em uma noite clara de lua cheia, com boa visibilidade, observando-se atentamente e contando com auxílio de nossa imaginação podemos ver a imagem de um coelho.

Uma antiga lenda Maia, nos explica o por quê dessa figura:

Ela nos diz que um dia o grande deus maia, Quetzalcoalt decidiu fazer uma caminhada na terra, disfarçando-se de forma humana.

Depois de andar muito e durante todo o dia, ao pôr do sol, ele estava com fome e cansado, mas não parou continuou caminhando.
A noite caiu, as estrelas começavam a brilhar e a lua já espreitava no horizonte, naquele momento o grande Deus decidiu sentar-se na beira da estrada para descansar.
Foi quando observou que próximo a ele estava um coelho, alimentando-se de uma bela porção de pasto.
Quetzalcoatl perguntou o que ele estava comendo, e o coelho disse que comia pasto e, humildemente, lhe ofereceu um pouco. No entanto, a divindade respondeu que ele não comia isso, e provavelmente iria morrer de fome e sede.
Horrorizado com tal possibilidade, o coelho se aproximou dele e disse ainda que, mesmo sendo apenas uma criatura simples e de pouca importância, ele poderia servir para atender as necessidades de Quetzalcoalt, e se ofereceu para ser seu alimento.
Quetzalcoatl comovido e com o coração cheio de alegria, com carinho acariciou a pequena criatura.
Pegou o animal em suas mãos, e disse que não importava quão pequeno era,ele tinha seu valor e desde esse dia todos na terra iriam lembrar da ação abnegada do pequeno coelho de oferecer sua vida para salvar outra.
Então ele o levantou alto, tão alto que a figura do coelho ficou estampada na superfície lunar.
Depois, cuidadosamente tornou a abaixá-lo novamente e mostrou-lhe que a sua imagem, sempre retratada de luz e de prata, estaria lá o tempo todo e para que todos os homens vissem.

Essa lenda também sua versão japonesa, onde o coelho é chamado Tsuki no Usagi.
Segundo esta versão, apareceu um dia em uma aldeia no Japão, um ancião que aparentemente estava tendo muitas necessidades, e pediu ajuda e comida para três animais: um macaco que subiu numa árvore e pegou alguns frutos, uma raposa, que caçou para ele um pássaro e um coelho, que infelizmente voltou sem nada.

Quando ele viu o sofrimento do velho sentiu grande tristeza e culpa, vendo um fogo próximo ele se joga, dando-se em sacrifício, para saciar a fome daquele senhor.
Vendo isto, o velho homem revelou sua verdadeira identidade, era um deus poderoso.
Entristecido com o fim do pequeno animal, quis imortalizar o seu sacrifício, deixando sua marca na lua.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

SELEÇÃO DE COELHOS PARA A PRODUÇÃO DE CARNE


Ao produtor de coelhos para a carne só importa uma coisa: produzir carne em pouco tempo e para isso necessitamos de coelhas que tenham capacidade de parir muitos filhotes, que não morram e que alcancem rápido o peso de abate.
As fêmas mais prolíficas (8-9 filhotes), consomem a mesma quantidade de ração durante a gestação, que as coelhas que tem de 3 a 4 filhotes.
Por isso, devemos selecionar as melhores crias das coelhas mais produtivas.
As melhores coelhas são as que desmamam maior quantidade de filhotes grandes, sadios e de tamanho uniforme.

Também é importante selecionar os descendentes das coelhas mais tranquilas, as menos nervosas que não são assustadiças, se deixam acariciar pelo criador, permitem que se revise o ninho no mesmo dia do parto e que não abandonam suas crias.
Os filhotes dessas coelhas, tendem a ser muito tranquilos também, o contrário de filhos de fêmeas assustadiças e agressivas; que se assustam quando o criador abre a porta da gaiola pondo em alerta e assustando toda a criação. Não devemos revisar o ninho logo após o parto deste tipo de coelha, porque saltam para dentro do mesmo, causando muitas vezes a morte de láparos.
Os filhotes desmamados devem ter um crescimento uniforme e rápido, com boa conversão dos alimentos.
Observa-se que é muito mais rentável trabalhar-se com animais calmos, que desevolvam-se rapidamente, atingindo logo o peso de abate,reduzindo a mão de obra no criatório, diminuido o tempo de ocupação das gaiolas de engorde, gerando com isso uma maior rotação e aproveitamento racional das mesmas, acelerando assim o retorno do capital investido.
Alguns conselhos:
Se alguma coelha falhou o parto ou teve poucas crias, devemos transferir para outra fêmea os láparos e aproveitar o cio pós parto para fazermos nova cobrição.
Para a coelha que está amamentando, nunca deve faltar água e ração a vontade.
Devemos eliminar da criação os machos que não manifestem "ardor sexual" ao efetuar a cobertura e fêmeas inférteis ou que não se deixem montar.
Para identificarmos os coelhos - láparos, que foram transferidos para outra coelha-mãe, podemos passar álcool na orelha e depois furar (pequena punção) com uma agulha molhada em tinta escura ou pasta de tatuar, a orelha não vai sangrar e no momento da desmama notaremos os coelhos com uma marca (ponto preto) na orelha, como sendo aqueles introduzidos na ninhada.

domingo, 17 de outubro de 2010

DESMAMA - PROCEDIMENTOS


O momento da desmama, é quando o criador retira os filhotes da gaiola da fêmea, alojando-os em outra; os coelhos são separados da mãe a partir dos 25 dias e no máximo quando atingirem 32 dias. O mais frequente é aproximadamente aos 28 dias.
Muitos criadores optam retirar a coelha da gaiola, deixando os filhotes por ocasião da desmama, com o intuíto de reduzir o stress que a separação provoca nos filhotes.
Se a coelha foi coberta no dia do parto (sistema intensivo), a desmama deverá ser feita entre os 25 ou 29 dias, não mais.
Se a coelha foi coberta entre 10 a 12 dias depois do parto (sistema semiintensivo), a desmama deverá ocorrer entre 26 e 30 dias, o mais frequente é aos 28 dias.
Caso a fêmea fique prenhe aos 20 - 25 dias depois da desmama (caso das primeiras coberturas com resultado negativo), a desmama pode realizar-se ao redor de 28 - 32 dias. A partir deste momento, não devemos ter nenhum interesse em prolongar a lactação e a presença dos filhotes com a mãe não é recomendada.
Em casos de ninhadas muito numerosas, podemos dilatar o tempo para a desmama.
Cada ninhada por ocasião da desmama, deverá ser transferida da gaiola maternidade para outro local, onde proceder-se-à o controle de peso bem como o correspondente registro.
Os filhotes são geralmente distribuidos por grupos, utilizando-se caixas para o transporte até o local da engorda, onde são alojados em grupos de 6 a 8 por gaiola.
Devemos eliminar os coelhos pouco desenvolvidos e debilitados, por serem os mais predispostos a processos tanto parasitários como infecciosos. Durante o translado realizamos o controle do estado sanitário dos animais.
Alguns criadores optam por diminuir as gaiolas de engorde e realizam um manejo denominado pós desmama, que consiste em distribuir os filhotes - 50% da ninhada em cada gaiola, durante 15 dias e após os redistribuem em outra gaiola maior, juntando-os para o engorde.
Na ficha registro da coelha devemos anotar o número de filhotes da ninhada, o número de filhotes desmamados, bem como seu peso total.
Este controle torna-se indispensável para a gestão técnica da criação.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

MANEJO DO COELHO DOENTE


As enfermidades dos coelhos são um problema quase que diário nas criações, principalmente nas intensivas.
Cabe ao cunicultor distinguir as enfermidades esporádicas, próprias de um só animal dentro do criatório, e as doenças infecciosas ou parasitárias contagiosas que podem afetar a todos os animais.
A observação e identificação dos problemas patológicos exigem atenção e método próprio.
O coelho é um animal sensível e delicado, seu esqueleto representa somente 8% de seu peso.
A estabilidade psíquica e emocional do coelho é muito importante para o desenvolvimento de suas funções metabólicas. As situações de stress implicam no bloqueio da cecotrofia, além de ocasionar outros transtornos hormonais.
Durante a vida produtiva dos coelhos temos inúmeras ocasiões de inspecionar os animais, cobrições, transportes, trocas de locais, etc, são um bom momento para efetuarmos um breve check up.
Para evitar danos, stress e lesões nos coelhos é necessário um manejo adequado; a manipulação errada pode causar luxações vertebrais, luxações femurais, lesões na submucosa, etc.
Para manejarmos os coelhos devemos ter cuidado para que a coluna vertebral não sofra tensões, devemos colocar o animal nos braços com a garupa no antebraço. Este sistema de contenção evita lesões e traumatismos.
Não sujeitar nunca o animal pelas orelhas ou patas posteriores.
Os coelhos reprodutores devem ser examinados completamente, ao efetuar-se operações de manejo tais como: inseminação, monta, palpação.
De forma rotineira devemos obeservar os seguintes pontos:

Orelhas: se examinam externa e internamente, nelas podemos descobrir caroços na base e na periferia - que pode ser indício de mixomatose, traumatismos, erupções, etc.
No fundo da orelha podemos encontrar costras de sarna psorotica auricular em diversos graus de desenvolvimento.

Nariz: devemos inspecionar os orifícios nasais, comprimindo-os suavemente para verificar a presença de exudados. Se observará também se mostram restos de mucosidades, sangue, pús, etc.;o que permite descobrir a natureza das rinites e sua possível evolução.

Boca: se pode fazer uma revisão dos dentes, especialmente se observarmos que o animal come pouco ou mostra sintomas evidentes de enfraquecimento. Permite descobrir problemas hereditários como o de apresentar dentes salientes, o que leva a má oclusão.

Tronco e abdômen: se realiza esta operação quando efetuamos a palpação nas coelhas, geralmente se descobre possíveis tumores gástricos ou abdominais.

Ânus e genital: se examina em cada ação que praticamos com os reprodutores, em geral nessas inspeções podemos descobrir a presença de manchas provocadas por diarréia, mucosidades, estado da vulva (relacionado com a aceitação da monta).
Assim se pode identificar determinados parasitas e lesões causadas por diversos microorganismos: nos machos reprodutores examina-se os órgãos sexuais periodicamente, especialmente se ocorrer falta de libido.
É importante observar o desenvolvimento de lesões genitais ocorridas após aborto ou alterações que afetem as ninhadas. São de grande valia as inspeções mamarias, quando houve perda de láparos, pois podem estar relacionadas com a mamite ou estafilococias.

Pele: em geral deve ser a base de um pelo fino, largo, brilhante em bom estado sanitário.
Na pele se pode descobrir alterações tais como; abcessos, eczemas húmidos, áreas sem pelo, devido a causas diversas: falta de fibra, atrepsia, infecções por pasteurelas, mixomatoses,etc.
A pele deve ter elasticidade, voltando ao normal após ser distendida. Quando a pele perde textura geralmente é por falta de hidratação.

Olhos: devem estar sempre vivos, com ausência de sulcos lagrimais, abcessos ou aderências. A vivacidade da cor dos olhos são sintoma de boa saúde.
Como observação rotineira que podemos fazer além de inspeções oculares e através de apapalções, é o exame das excreções dos animais que também nos permite detectar determinados problemas.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CIO DAS COELHAS

O cio é uma manifestação do amadurecimento do óvulo que se produz de 5 a 12 dias em cada período estral. Só nesse período é possível a fertilização. A ovulação da coelha tem a particularidade de manifestar-se mediante o estímulo sexual do macho durante a cobertura.
A isto chamamos de ovulação induzida, quando os óvulos maduros se liberam de 10 a 12 horas depois do salto.
Para determinarmos visualmente se uma coelha está no cio é necessário observar a vulva, que durante este período apresenta uma coloração que vai do vermelho intenso até o violeta com os lábios bem dilatados e intumescidos.
Neste momento a fêmea está disposta a aceitar o macho, arqueando o corpo e permitindo o salto, o qual deve prolongar-se por uns 4 ou 5 segundos e tem que terminar com uma contração generalizada do macho que cai de costas emitindo, as vezes um som agudo.
Durante o outono (março a maio), observamos um período de "calma genital", quando há uma baixa considerável na fertilidade. Este período se caracteriza por ausência de cio nas coelhas, o que chamamos de infertilidade temporária.
Não se recomenda a cobrição forçada, uma vez que esta, raramente apresenta resultados positivos.
A repetição do cio nas fêmeas não fecundadas é em média de 10 a 15 dias, depois do parto ele reaparece logo após (o parto), tendo uma duração média de 7 dias.
As medidas que podemos tomar para reduzir os efeitos da infertilidade temporária consistem em: realizar o controle da iluminação proporcionando 16 horas de luz, renovar o plantel de fêmeas incorporando coelhas virgens, realizar cobrições imediatamente após o parto e a utilização de hormônios com o acompanhamento de um técnico (veterinário).